Rui Patrício assina o artigo de opinião “O megaprocesso, o amor e o bebe”, publicado na edição de 21 de junho do Jornal Sol.
«Um destes dias, dei por mim embaraçado numa mesa-redonda por causa de uma definição. As definições são como os muros, dificultosas, e como as cascas de banana, escorregadias. Discutiam-se, então, virtudes (poucas) e defeitos (muitos) dos chamados megaprocessos, quando demos todos nós – os mesa-redondantes e o auditório – pela necessidade de definir ‘megaprocesso’, pois antes de porfiar na avaliação há que dizer o que se avalia, a não ser que a definição seja o definido, como naquele exercício de parentalidade impaciente que consiste em explicar aos filhos que sim porque sim e não porque não, ou seja, e no caso, que um megaprocesso é um megaprocesso que é mega. Estávamos nós muito entretidos em busca do conceito, tentando meter o espartilho do Direito num corpo de fartas carnes que esquivam ao jurídico (e que dele até troçam por vezes, quando não o atropelam mesmo), quando me saiu um dito que achei de espírito, e que aqui reproduzo vaidosamente, embora o mesmo não resolva o problema, desconfiando eu que o problema (a definição) não tem solução exata, porque as definições são coisa de ciência e o megaprocesso de ciência tem pouco. […]
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